sábado, 4 de dezembro de 2010

Caridade


Hoje, diante do desejo insuportável de “passar bem” não há como dá atenção à caridade; diante do sofrimento alheio, a minha bonança é meu anseio mais profundo. Talvez em longos jejuns espirituais e da consciência - ao se esquivar do Pensamento e da razão instituída - possamos reaver um antigo insight, o tão granjeado sentido da vida; que o outro sou eu. Certamente com a invenção do individuo como uma platônica mônada do social, pós-modernizada e leibniziana nos aspectos de separação e de hermetismo, solitária a vagar, tenha-se deixado de experimentar empatias. Por causa disso, indivíduo de carne e osso fora transmutado em uma idéia abstrata que anda, come e defeca.



Existencialismo Light


Talvez por ter dado importância às coisas secundárias como os bens materiais que conquistara isso tenha lhe tirado o hábito de valorizar as coisas mais simples e descomplicadas da vida como: família, filhos, e você mesma! Talvez se você relaxar mais um pouco acerca destas coisas e não fixar os seus novos planos como metas alcançáveis sistematicamente ou de forma programada da mesma maneira como obtivera os bens citados acima (trocar de carro, conseguir um aumento, terminar a faculdade, fazer uma lipo) eles deixem de se tornar coisas assustadoras. Há uma máxima que supera todos os escritos de Filosofia que foram publicados até hoje e que foi cantado por Zeca Pagodinho: "Deixo a vida me levar... Vida leva eu...! Nós só conseguimos conquistar as coisas mais singelas da vida vivendo-as, a vida é descomplicada, mas não existe regras fixas (como na ciência) para conquistá-las... Verdadeiramente são elas que nos conquistam! 




Livre-arbítrio

Deus nos dá a imensa honra de sermos protagonistas dos nossos atos e de termos a muito edificante oportunidade de reverter ou ajudar a reparar os problemas que nos cercam.
Todos os problemas do mundo foram causados pelo próprio homem. Talvez você possa encontrar uma senha para compreender essa explicação estudando a história da ciência, da filosofia da política e da economia, (ver racionalismo cartesiano para começar), todas essas trabalharam "de forma harmoniosa" interessadamente em prol de interesses particulares e escusos.
Existe muita explicação para provar que não foi Deus (que é imanente e transcendente do mundo), mas sim o próprio homem, pois este nunca conseguiu ter empatia. Creio que a idéia de Deus e a virtude que aferimos Dele são como ferramentas que nos ajudam a sermos melhores.




O bem cristão é o Bem

Culturalmente falando, a antropologia demonstra que toda prática do bem e da caridade no Ocidente é um legado da idéia do Bem europeu, portanto, o conceito de bem e de mal, de bondade e de maldade, de paz e de guerra, enfim, de todas essas dicotomias, são conceitos ocidentais cristãos - forma adquiridos e postos para serem praticados desde os primórdios os primórdios coloniais em nossa sociedade, mas o homem em parte, é bom em si mesmo. O que quero dizer é que hoje, inevitavelmente toda prática do bem é inspirada e legada culturalmente pelo cristianismo. Assim, no Ocidente, quem não conhece a Cristo, está suscetível de praticar o não-bem, segundo as concepções de bem instituídas e legitimadas e “tradicionalizadas” no Ocidente.
Quando eu era espírita, costumava sair do corpo e perambular por aí, vendo coisas, fatos e pessoas (por muitas horas eu mesmo me via dormindo...). Descobri com isso que temos já uma vida eterna, mas, apesar de termos uma vida eterna, só teremos a salvação através de Cristo Jesus!

Intolerância
É por não se projetar no outro e por não ter empatia com o outro que o intolerante se distancia de qualquer processo dialético relativo às idéias e ao senso de realidade. Suas concepções são reais porque não há outras diferentes para concluírem. A falta de percepção de verdades que possam “flexibilizar” seu modo de pensar o mundo lhe causa agudas frustrações, daí um círculo vicioso se fecha. Aceitar a multiplicidade das verdades e a contingência do real  acentuam os processos de pacificação dos sujeitos sociais.



Felicidade

Depois que se é feliz continua-se a cultivar essa mesma felicidade. As pessoas só descobrem que foram felizes através da nostalgia e da avaliação reflexiva de que foram felizes. Parece-me que a felicidade é percebida por nós no pretérito; agora mesmo somos felizes, mas precisamos estar distanciados pelo tempo, no passado, para contemplar a felicidade. Eu e você somos felizes aqui e agora; a felicidade não virá a ser porque transcende às questões dos estados de espírito.


Evolução


Talvez não exista evolução; na verdade evolução é só uma forte abstração ou forma de medida eurocêntrica, baseada na ciência de viés racionalista cartesiana. A civilização é o conceito que norteia a ideia de evolução. Nosso modelo de sociedade exige, prega e faz apologia a evolução como uma meta a ser alcançada em prol das demandas capitalista de produção e consumo de alguma coisa. Observe que somos "evoluídos" e ao mesmo tempo fazemos coisas extremamente animalescas - a própria palavra "animalesca" é usada de forma dicotômica entre humanizado e animalizado. E bem possível que estejamos caminhando pelas veredas da involução...

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